quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Santo casamenteiro






Jandira havia tomado uma decisão. Queria se casar! A tempos não tinha tanta certeza em sua vida quanto a de agora. Definitivamente, para sempre, até o infinito! Mas havia um problema que fazia esse seu sonho parecer distante e remoto. Ela não tinha o noivo. Na realidade, nem mesmo um pretendente. Coitadinha, mesmo assim, não tirava a idéia da cabeça. Afinal, já estava no auge de seus dezenove anos e onde já se viu, uma moça dessa idade não namorar? "O que tem de errado comigo?", se perguntava com freqüência. Sabia dar conta de todos os afazeres domésticos, ajudava o pai e a mãe em casa e não era de todo feia. Assim, dava pra quebrar um galho...até que sabia se cuidar, manter sua beleza natural. Não saia de casa sem maquiagem, sempre bem vestida com vestidos e sapatos da moda e aquele cabelo loiro, liso e fino, lindamente escovados para trás. O que faltava mesmo, era sorte no amor. Tanto é que vira e mexe, Jandira ganhava o prêmio do jogo do bicho, realizado na quitanda ao lado de sua casa a cada 15 dias. “Sorte no jogo, azar no amor”, pensava. Mas ela queria mudar essa história. Queria mais que tudo, um marido pra cuidar e que cuidasse dela. Então, chegou o mês de junho, e com ele, o plano de Jandira. Iria fazer uma simpatia no dia de Santo Antonio, o santo casamenteiro! Tinha ouvido por aí que na noite mais fria do ano, dia de Santo Antonio, se enchesse uma bacia d’água e a colocasse do lado da cama, adormecesse, e no outro dia lavasse os cabelos com aquela água, não demoraria muito para que o marido aparecesse. Pronto, era assim que ia ser! E foi isso que Jandira fez. Chegou finalmente o dia e aprontou tudo. Até foi dormir mais cedo, para ter certeza que nada daria errado.
No outro dia, ao amanhecer, Jandira acordou animada. Tinha até a impressão de ter sonhado com o futuro casamento. Levantou da cama em um pulo e nem se deu conta do frio que fazia naquela manhã. Mais que depressa, pegou o balde, foi até ao banheiro e pronto. Jogava aquela água congelada em seus cabelos, sentindo cada gota fria escorrer por suas costas. “Nem ligo, o melhor está por vir”.
Mas assim que acabara o ritual, Jandira pegou a toalha e viu que algo muito estranho tinha acontecido em seu cabelo. Aquela água, de tão, mais tão gelada que estava, acabara com seu lindo cabelo loiro, liso e fino. Tinha o transformado em pequenos pedaços quebrados de fios. Ela passava as mãos trêmulas por sob a cabeça, e tudo que via era fios e mais fios caindo, quebrando, despedaçando.
Pobre Jandira. Acabara por fim, sem marido, sem cabelos e sem esperanças. Aprendeu que não adianta, as coisas acontecem quando têm que acontecer. Se tentar ultrapassar as etapas da vida que tem que passar, pode acabar acontecendo um imprevisto bem grande. E que no caso dela, não tinha valido nem um pouco a pena, pois sem cabelos, demoraria ainda mais para que seu príncipe encantado um dia batesse em sua porta.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A maldita faixa de pedestres



Esses dias, fui à padaria com uma amiga que também é professora. Estávamos voltando pra escola e quando fomos atravessar a rua, ela voltou um bom pedaço do quarteirão para atravessar na faixa de pedestres. Depois de atravessar, disse que fez isso porque nenhum aluno pode vê-la atravessando fora da faixa, pois não é isso que ensinou. Minha resposta foi: Mas eu nunca disse isso, então posso atravessar onde quiser. E é verdade. Nunca disse e nunca vou dizer, a não ser que seja obrigada. Primeiro, porque não concordo! Afinal, se eu atravessar na faixa, o motorista que estiver vindo vai parar pra me esperar atravessar? Pelo menos aqui onde moro, NÃO!
O melhor é ensinar a atravessar olhando para os dois lados da rua e só atravessar se não estiver vindo carro. Se eu estiver no meio do quarteirão, pra que vou perder tempo voltando até a esquina só pra pisar na faixa? Que perca de tempo! E outra. A probabilidade de ser atropelada por um motorista louco numa esquina é mil vezes maior do que ser atropelada no meio do quarteirão, onde o campo de visão é infinitamente maior!
Então é isso. Eu não respeito a faixa de pedestres, porque ela é um meio que auxilia somente os condutores de veículos, e não o pedestre. Se você não tem dinheiro pra comprar um carro, problema é seu; e a opção de respeitar a sinalização também. As leis de trânsito, que deviam ser feitas visando veículos e pedestres, acaba pendendo também, como em muitas outras áreas, pro lado dos mais bem endinheirados.

sábado, 25 de junho de 2011

Viva La Vida

E se soubéssemos o dia de amanhã, o viver ainda teria graça? Se tivéssemos o dom de prever o futuro, agiríamos da forma como agimos? Ou apenas nos deixaríamos levar? O emocionante da vida é viver um dia após o outro, sem se preocupar com o que nos espera lá na frente? Ou seria o contrário? Não é angustiante tocar a vida sem ter uma certeza que tranqüiliza? Se nossos planos, ao final, darão certo? Que tudo ficará bem? Ou que tudo será apenas tempo perdido e então, nunca deveríamos tentar. Ah, se eu soubesse o que vai acontecer...é horrível passar um dia após o outro sem ter a certeza de nada.

terça-feira, 21 de junho de 2011

I'm just a dreamer...

Gosto de dormir. Gosto de sonhar e não acho, de forma alguma, que isso seja perca de tempo. Os sonhos muitas vezes são nosso refúgio. Se sonho, é porque tenho motivos pra sonhar. Eles podem vir a tarde, numa manhã chuvosa, ou principalmente quando todas as luzes se escondem. Então, é hora de nós também nos escondermos nas profundezas de nossos sonhos e nos deixar levar pelas luzes do nosso palco interior. Mas nem sempre meus sonhos são sonhos que se realizam pelo sono, mas por alguma razão, ele esteve aqui, em minha mente. Há quem acredite que sonhos são presságios, avisos, um alerta. Não desacredito por as vezes sonhar, e de fato, o fato, acontecer. Ainda existem os que defendem que nossos desejos mais reprimidos, se escondem dentro dos sonhos. Nosso inconsciente age então, quando estamos sonhando. Se for assim, já passou da hora de virar a página em alguns acontecimentos da vida. Afinal, ando tendo alguns sonhos tão malucos que é melhor nem entrar em detalhes!
Nem sempre podemos lembrar o que sonhamos, mas as vezes acordamos com a certeza de que sonhamos um sonho bom. Ou então, um pesadelo, quem sabe? E podemos perder a conta de quantas vezes quisemos voltar praquele sonho gostoso, pois na nossa vida real jamais poderíamos viver aquilo novamente. Nossos sonhos podem muitas vezes ser somente uma noite dormida, mas para mim, é a nossa segunda vida acontecendo por trás das cortinas dos olhos.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sr Animal


Tenho uma mania muito estranha; associar pessoas com animais. Não todas, mas grande parte delas. Todo mundo, pra mim, tem cara de alguma coisa. E pode ser qualquer animal, até mesmo desenho, como os da Disney. Mas, o mais comum é encontrar gente com cara de pato, coruja ou jacaré – para homens. E cada um possui uma característica: homem com cara de coruja são os piores. Eles sempre tem algum podre. Os com cara de pato são os mais dóceis, e aqueles com cara de jacaré são meio termo.

É melhor não citar nomes, mas conheço gente com cara de papagaio, com a cara dos sobrinhos do Pato Donald (Huginho, Zezinho e Luizinho), com a cara do Pluto...e por aí vai! É, você até pode me achar maluca, mas aposto que Darwin me daria certa razão!