sexta-feira, 25 de junho de 2010

O tempo que não pode ser medido no relógio

A vida anda. A vida corre. A vida voa. Quando você percebe, já está na meia idade, olha pra trás e começa a analisar tudo que fez. E o pior: o que deixou de fazer. Pra mim, nem parece que já faz 6 anos que terminei o ensino médio. Ainda lembro claramente dos professores, das amizades e das conversas sobre bandas, filmes e outras nerdisses que eu adorava. Aos 17 eu nem tinha muitas ambições. Agora, aos 23, posso dizer que continuo pensando da mesma forma. É claro que muitas coisas aconteceram, muitas coisas mudaram. Apesar de ter mais responsabilidades, posso dizer que sou mais feliz hoje em dia. Acho que o segredo para se chegar a velhice e não se arrepender das coisas que não fez seria justamente não ter grandes ambições. Pense pequeno, pense somente nas coisas alcançáveis da vida se não quiser se frustrar. Não crie grandes expectativas em cima das pessoas e nunca, em hipótese alguma, se compare à elas. Não olhe pra trás pensando que já se passaram 10 anos e nada mudou, ou pior, piorou. Tenha uma reflexão de sua vida onde possa analisar os momentos felizes que já viveu, não importanto se já faz 2, 3 ou 8 anos.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Para todos os fantoches, dedoches, ventrílocos e afins...


No planeta em que vivemos, de norte a sul, leste a oeste, somos todos atores. Ele, eu, você, NÓS! Nem adianta discordar ou argumentar que consegue ser 100% você, 24 horas por dia. Impossível. E explico. Dependendo da ocasião, temos que nos comportar do modo que o compromisso nos espera. Nessas horas, precisamos fugir de nossa essência para não passar uma imagem errada, uma má impressão, então, fingimos ser algo que na realidade não somos.

Me diga, quantas vezes você sentiu vontade de mandar pra PQP seu colega de trabalho? Agora, se fosse seu irmão mais novo, ou um corintiano, tenho certeza que não pensaria duas vezes.


Ainda discorda? Vai dizer que você é na casa dos outros, a mesma coisa que é na sua casa? Vai dizer que come com os mesmos modos? Se sente confortável em sentar todo torto a mesa e/ou colocar o pé na cama? E quanto a relacionamentos interpessoais? Consegue manter o mesmo nível de conversa com um amigo e com seu chefe? Se consegue, parabéns! Seu chefe é ‘gente boa’.


No entanto, é na aparência que o bicho pega. Tente passar do portão de sua casa desarrumado, sem pentear os cabelos e com a roupa que acabou de acordar. Se as pessoas que trombarem com você nesse meio tempo não estivessem fingindo (porque não te conhecem e é feio rir da desgraça alheia), com certeza soltariam uma bela gargalhada bem na sua cara! Mas como não podem, claro, estão fingindo ser uma coisa normal - até virar a esquina.


É isso. Calar para não sofrer as consequências. Agradecer para ser educado. Sorrir para agradar. Ser gentil para ser polido. Conter o choro para ser homem. Ter uma boa aparência para ser bem sucedido. Não ser você para se enquadar e conviver numa sociedade em que todos estão no mesmo barco da hipocrisia.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

blableblibloblu

Enfim, férias. A um ano e meio espero por isso. Finalmente, poderei fazer as coisas que programei a meses atrás, ter um tempo pra mim mesma, ouvir música, arrumar minhas coisas...descansar. Acordo as 9h com o despertador, todo dia, relutante em levantar da minha cama quentinha e enfrentar esse frio só porque vai chegar uma hora que eu vou ter que levantar da cama de qualquer jeito. Lembro das pessoas que tem a infelicidade de não estar desfrutando de férias, que precisam levantar bem cedo para ir ao trabalho, quando o tempo está ainda mais gelado. A infelicidade deles, de algum modo me dá ânimo e resolvo levantar. Encosto o pé direito no chão gelado, procuro meus chinelos. Ainda bem que estou de meias, penso. É mais um dia de outono, ainda estamos no começo do mês e me alegra pensar que logo receberei meu salário sem quase não ter trabalhado durante as últimas semanas. Ainda não faz 5 minutos que me levantei, e minha mente já está a mil, pensando em coisas que nem deveria pensar. Depois de tomar o café da manhã, resolvo dar uma olhada na programação dos canais de filme. Vejo que não há algum que realmente vale a pena assistir, mas escolho o menos pior. Depois de perder tempo fazendo outras coisinhas sem importância, chega a hora do filme. Ligo a TV, deito na cama debaixo das cobertas e olho fixamente pra TV. De novo, não demora 3 minutos para minha mente começar a divagar. São tantas coisas que ainda preciso fazer! Marcar a ida ao cabeleireiro, agendar a aula de guitarra, pagar minhas contas, fazer a unha, gravar uns CDs, ir ao dentista, comprar filtro solar, blablablabla...pronto, as preocupações voltaram e me dou conta que nem estou prestando atenção no filme. Percebo que, não importa a situação, se você está trabalhando ou sossegado em sua casa, os compromissos e preocupações nunca deixarão de fazer parte da vida. Mais resolvo que hoje, e enquanto essa traquilidade me rondar, vou me deixar viver as fantasias do filme e de qualquer coisa que me permita descansar da vida.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pra sempre?


Há pessoas que acreditam piamente que nada dura para sempre. Não sei se acredito, se acredito e não quero acreditar que acredito, ou se realmente é fato e acontece. Se for para acontecer e ser bom, meu desejo não poderia ser diferente do resto. Claro que quero isso pra mim. Porém, quanto mais observo, mais vejo que é irreal crer num final feliz e que todos terminam do mesmo modo: tedioso e monótono. Mês passado, chega a revista Superinteressante em casa, e na capa, lá vem bomba: AMOR: vc se apaixona, vira rotina e depois acaba (geralmente depois de 7 anos que começou). Pra ajudar, no mesmo mês, leio a revista Galileu, que trás uma pesquisa de um matemático que afirma ser impossível um casal ficar junto para sempre - e ele até inventou um cálculo comprovando isso! Diz que um relacionamento amoroso tem tudo para fracassar porque ‘o esforço exigido para manter o casamento ou o namoro funcionando será sempre maior do que se imagina e as pessoas têm tendência natural à inércia. Quanto mais você achar que vai dar certo, mais irá planejar e investir, aumentando as chances de frustração quando a rotina chegar’. Essas estatísticas estão nos dizendo que o amor é igual a todos os outros produtos: tem prazo de validade. Por sorte, não precisamos pagar por ele. Mas é tão difícil encontrar um, que se houvesse mercado pra isso, com certeza, seria o mais lucrativo.


Sempre achei que a força que nos move é o amor. É o que todos buscam, todos querem sentir (quando recíproco, claro), enfim, todos saem a procura. Agora, essas pesquisas só nos enchem de frustração. Pois é, estamos perdidos. Por enquanto, prefiro acreditar que pra todas as regras, sempre existem as exceções.

terça-feira, 1 de junho de 2010

E ela vem...

Lá vem ela. De novo. Semblante fechado. É óbvio que está zangada com alguma coisa, mesmo assim continua bonita. Lá vem ela. Vem andando depressa, passos largos e apressados. Olha em minha direção. Desvio o olhar. Pego o telefone e finjo estar conversando. Ufa, passou reto. Bebe um copo d’água. Continuo fingindo estar entretida numa conversa. Ela se senta. Pronto, acho que posso colocar o telefone no gancho. Me despeço do ninguém no outro lado da linha. Respiro aliviada e começo a ler noticias na internet. É aí que escuto: Marianaaa!!!
Lá vem ela...!